Divisão sobre pagamento do tributo existe, inclusive, entre as centrais.
Uma vez por ano, os trabalhadores com carntribuição sindical. Criado em 1943, durante o governo do ex-presidente Getúlio Vargas, o valor corresponde à remuneração de um dia normal de trabalho, sem inclusão de horas extras. Pela legislação atual, esse dinheiro deve ser descontado pelos empregadores na folha de pagamento dos empregados, no mês de março. Assunto polêmico, o imposto é defendido por uns como um tributo necessário para a manutenção dos sindicatos, para outros a contribuição compulsória fere a liberdade dos trabalhadores. Atualmente, os 47 milhões de trabalhadores no País recolhem o imposto sindical. Em 2012, a arrecadação desse tributo superou R$ 2 bilhões.
O assunto voltou à tona depois que a presidente Dilma Rousseff sancionou, na semana passada, a lei que regularizou a atividade dos comerciários, mas vetou a possível substituição do imposto sindical por uma taxa negocial, que poderia ser cobrada por cada entidade no valor de até 1% do salário por mês. A medida era vista como o início de uma mudança importante para os trabalhadores. “É um pleito antigo da CUT (Central Única dos Trabalhadores) a implementação de uma taxa que possa ser negociada. Entendemos que, do jeito que a contribuição está, se configura uma retirada indevida, nada democrática,” defende o presidente da central sindical em Pernambuco, Carlos Veras.
Os recursos da contribuição são divididos entre os os sindicatos que ficam com 60%, uma cota de 15% vai para as federações, 5% para as confederações e 20% para a chamada conta especial emprego e salário, administrada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT) também recebe parte do tributo. O montante custeia programas de seguro-desemprego, abono salarial, financiamento de ações para o desenvolvimento econômico e geração de trabalho, emprego e renda.
NECESSIDADE
Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores de Pernambuco (UGT-PE), Luiz Gustavo Walfrido, é necessário manter o imposto sindical, pois a contribuição fortalece a atividade das entidades. “O salário dos trabalhadores é muito baixo, qualquer coisa que o trabalhador puder fazer para não pagar a contribuição ele vai fazer. Extinguir o tributo pode trazer problemas sérios para a luta das categorias trabalhistas”, opina. “A taxa será mais cara do que o que é pago hoje e isso vai reduzir drasticamente a arrecadação”, completa.
Carlos Veras rebate, argumentando que o trabalhador deve ser conscientizado do seu papel e da função do sindicato na defesa dos seus direitos. “Se houver uma taxa negocial onde a classe pode escolher a data de pagamento, o valor e até a forma como será pago, fará com que os próprios trabalhadores participem mais ativamente dos seus sindicatos”, afirma o presidente da CUT-PE.
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