quinta-feira, 2 de maio de 2013


Grito da Terra ocupa Centro do Recife e avança na luta dos trabalhadores

01/05/2013
Após manifestação, Governo do Estado anunciou reajuste no valor da bolsa do Chapéu de Palha e Conferência Estadual de Políticas para o Semiárido.
Escrito por: Thiago Pimentel - CUT-PE

“Se o campo não planta, a cidade não janta”. Sob bandeiras e palavras de ordem, trabalhadores rurais tomaram às ruas do centro do Recife no 4º Grito da Terra Pernambuco. A concentração se iniciou às 12h, na frente da sede da Fetape (localizada na rua  Gervársio Pires, bairro da Boa Vista), os membros da passeata preparavam-se antes de rumar ao Palácio do Campo das Princesas nesta terça-feira (30) – véspera do dia do Trabalhador. Com trios elétricos e música em prol da mobilização, a passeata seguiu, às 14h, pelas ruas do centro do Recife – cujo clima oscilava entre sol e chuva. A mobilização, que seguiu da sede da Fetape rumo ao Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, teve como propósito ouvir do governador Eduardo Campos, as respostas aos 56 itens apresentados na pauta de reivindicações, entregue pela diretoria da Federação, no último dia 15.
Durante o discurso de resposta às reivindicações do 4º GTP, Eduardo Campos anunciou o reajuste de 6% no valor da bolsa do Chapéu de Palha, para este ano, e mais um reajuste de 6%, para 2014,além da fixação de um piso de R$ 100,00 para o benefício. Ao falar aos trabalhadores e trabalhadoras, ele reconheceu o papel da  Fetape na construção dessa política. “A Fetape nos ajudou a reconstruir o Programa Chapéu de Palha, que se estendeu à pesca, à agricultura familiar e que hoje chega ao Semiárido, atendendo cerca de 180 mil agricultores familiares”, pontuou.
O objetivo era constantemente lembrado pelos manifestantes: saber se as reivindicações da Fetape entregues ao governo do Estado no dia 15 de abril haviam sido aprovadas. Para isso, não importava o clima; os agricultores seguiam determinados em busca da resposta, pois, de forma paralela, 20 dirigentes negociavam com o governador e secretários de Estado, na sede da Secretaria da Fazenda, Centro do Recife.
Unidade e mobilização
Anda durante a concentração, um carro de som reuniu integrantes da diretoria da Fetape e representantes de movimentos e organizações parceiras. Estavam presentes a Contag, Arquidiocese de Olinda e Recife, Asa Pernambuco, Centro Sabiá, CPT, MST, CTB, Instituto de Cidadania do Nordeste, além dos prefeitos Genivaldo Menezes, de Águas Belas, e Sandro Arandas, de Ibirajuba; dos deputados estaduais Manoel Santos, Odacy Amorim e Isabel Cristina; e do deputado Federal Pedro Eugênio. Para fortalecer o Grito deste ano, o Movimento Sindical Urbano, mobilizado pela CUT/PE, também participou da mobilização, reforçando o coro em defesa de mais dignidade para trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.
A CUT-PE mais uma vez participou da mobilização,reforçando o coro em defesa de mais dignidade para trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. e, no comando de um trio, o secretário de Imprensa da Central, Antônio Bernardino Filho (Sassá), fez uma saudação aos trabalhadores (as) e frisou: “Ouricuri, Lagoa de Itaenga... temos que mostrar a força do campo, reivindicar o necessário e lutar”, afirmou.
O presidente da CUT-PE, Carlos Veras, considerou a mobilização e organização dos trabalhadores, antecipando a comemoração o dia 1° de maio, como muito importante, pelo somatório de forças dos setores campo e urbano, com destaque para a manifestação dos servidres estaduais que levaram um bolo para registrar os 12 meses de descaso do governo estadual em relação às reivindicações da categoria. Veras disse ainda que as respostas do governador Eduardo Campos às respostas aos 56 itens apresentados na pauta de reivindicações, entregue pela diretoria da Fetape, ficaram muito aquém das expectativas. " Os trabalhadores esperavam por ações mais rápidas e concretas do governo em relação aos problemas do semi-árido. A situação é complicada para homens, mulheres e criançãs". comentou. 
Essa luta não pode parar!
Pouco depois das 16h, debaixo de chuva, os trabalhadores (as) esperavam ansiosos as  respostas das autoridades. O presidente da Fetape, Doriel Barros, precedeu o pronunciamento do governador Eduardo Campos. Em seu discurso, Barros reforçou que a luta do povo do campo não poderia parar. “A luta  continua e não pode parar. O povo do campo precisa ter ações”, assinalou. O tom de Doriel Barros já denunciava uma possível frustração o que, poucos minutos depois, fora confirmado após pronunciamento do governador. Logo ao entrar, Campos foi bem recebido pelos presentes e saldou os trabalhadores. “Temos que fazer com que a máquina pública, enfim, possa enxergar os trabalhadores rurais”, declarou.
Todavia, sob o discurso breve, o governador não confirmou partes do que era reivindicado pelos agricultores (como o aumento do Chapéu de Palha, e uma Secretária da Agricultura). No entanto, a proposta para criação de conferências, para discussão do semiárido com a população, foi aceita. Eduardo Campos terminou dizendo que até novembro teria novidades sobre o plano – se Deus assim desejar, completou. Durante o discurso de resposta às reivindicações do 4º GTP, Eduardo Campos anunciou o reajuste de 6% no valor da bolsa do Chapéu de Palha, para este ano, e mais um reajuste de 6%, para 2014 ,além da fixação de um piso de R$ 100,00 para o benefício. Ao falar aos trabalhadores e trabalhadoras, ele reconheceu o papel da  Fetape na construção dessa política. “A Fetape nos ajudou a reconstruir o Programa Chapéu de Palha, que se estendeu à pesca, à agricultura familiar e que hoje chega ao Semiárido, atendendo cerca de 180 mil agricultores familiares”, pontuou. Em meio a massa decepcionada, uma trabalhadora rural brandou: “não foi o que esperemos, mas de pouco a pouco chegamos lá. Temos que continuar lutando!”. E, assim, terminou mais uma edição do Grito da Terra Pernambuco.
Fonte: Thiago Pimentel - Assesoria de Imprenda da CUT-PE, com informações adicionais da Fetape


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