Diario de Pernambuco - Diários Associados
A companhia aérea Azul anunciou, nesta sexta-feira (28), que pretende comprar as có-irmãs TAP (portuguesa) e JetBlue (norte-amercicana). Segundo informações da empresa brasileira, o dono da Azul, o empresário David Neeleman, está criando um fundo de investimento destinado a concluir a operação de compra.
De acordo com a Azul, a ideia é integrar as três empresas e formar uma nova companhia aérea de porte nacional, criando novas rotas para Europa, África e EUA. A operação, caso se concretize, já está sendo tratada com uma "nova Varig", já que o fundo pretende ter a participação do governo brasileiro. Este, aliás, já sinalizou que por razões estratégicas deve participar do negócio como sócio através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Uma reportagem divulgada pela Folha Uol apurou que o BNDES deverá ter cerca de 20% de participação no fundo, investindo inicialmente US$ 600 milhões. Os fundos privados que hoje são acionistas da Azul também devem entrar no negócio liderado por Neeleman. O empresário entrará com recursos próprios, adquirindo 5% de participação.
Segundo a Azul, o investimento total para a compra da TAP e da JetBlue será inicialmente de US$ 3,2 bilhões, mas este valor pode dobrar. A companhia portuguesa deverá custar US$ 1,5 bilhão (valor da dívida). Já a JetBlue, avaliada em US$ 1,7 bilhão, terá de ser adquirida por meio de uma oferta hostil ao mercado, cuja operação prevê desembolsos maiores para atrair os acionistas.
O empresário ainda anão confirmou a intenção de fechar negócio. Em entrevista à Folha, ele disse que sempre pensa sobre coisas que pode fazer, mas que, neste momento, está focado na Azul. "Não é verdade que eu vá comprar a TAP ou a JetBlue”, afirmou.
Ainda de acordo com a reportagem, pessoas da Azul analisaram os balanços da TAP na sede da companhia, em Lisboa. No governo, o negócio já é considerado "líquido e certo". O BNDES, que também foi procurado pela reportagem para comentar o assunto, não quis se pronunciar.
Caso o projeto avance, a Azul poderá comprar as duas companhias do fundo, tornando-se, num futuro próximo, a maior empresa nacional, com voos internacionais, fazendo frente à Latam (TAM e a Lan), sediada em Santiago do Chile. Esse é um dos motivos que levaram o governo federal a estimular Neeleman a entrar no negócio junto com o BNDES.
Segundo a Folha, inicialmente o empresário não era favorável à compra da TAP. Mas decidiu entrar no negócio quando identificou a oportunidade estratégica da união entre as três aéreas. O governo aceitou a ideia. A presidente Dilma Rousseff, inclusive, teria se comprometido com o governo português a buscar uma saída para a TAP e a fortalecer a aliança estratégica com a África. Além disso, ela aprova o "modelo Neeleman" de gestão, que quebrou o duopólio de TAM e Gol, ajudando a aviação regional
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