sexta-feira, 29 de março de 2013

Dilma ainda não trata Eduardo como opositor


Por Inaldo Sampaio (inaldo@inal­do­sam­paio.com.br).

Ao contrário do que se esperava, a presidente Dilma Rousseff, em sua visita ontem a Serra Talhada, ainda não tratou o governador Eduardo Campos como seu provável adversário nas eleições do próximo ano. Deve ter ouvido os conselhos do senador Humberto Costa e do ministro Fernando Bezerra, para os quais o governador de Pernambuco vai pensar duas vezes antes de entrar no jogo. O ministro, mais otimista, crê que ainda existe espaço para um novo acordo PT-PSB.

O fato é que Dilma fez de conta que o governador não é candidato. Inaugurou ao lado dele a primeira etapa da Adutora do Pajeú e anunciou abertura de licitação para fazer a terceira etapa desta obra, que levará água do rio Francisco para mais 16 municípios pernambucanos e oito da Paraíba, entre eles Taperoá, no alto sertão, terra do escritor Ariano Suassuna, que ela fez questão de citar em seu discurso. A presidente deve ter avaliado que ainda não é hora de romper com o governador.

Não quis ser apontada como alguém que atirou a primeira pedra e vai esperar que o governador saia do governo e explique os motivos pelos quais fez isto. E enquanto o rompimento não ocorrer vai dispensar-lhe tratamento de aliado. O governador, por sua vez, terá que ter muito cuidado para achar o momento exato do rompimento, já que não pode ser oposição e governo ao mesmo tempo. Mas enquanto for possível permanecer na base aliada, fará isso sem nenhum tipo de constrangimento.

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